terça-feira, 30 de junho de 2009

PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS,ALCOOLISMO E ACEITAÇÃO DO OUTRO - VISÃO ESPÍRITA

CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

Fundamentos:

Ao trazer à luz esclarecimentos sobre a pluralidade das existências corpóreas, os Espíritos Superiores resgatam uma doutrina que teve inicio nos primeiros tempos da humanidade. Mas, algumas correntes doutrinárias deixaram de lado em seus fundamentos o princípio evolutivo da reencarnação, preferindo, antes, consagrar a teoria da unicidade das existências. Desta forma, rejeitaram princípios que poderiam auxiliar o homem em seus questionamentos existenciais. Porém, cedo ou tarde, ao atingir sua maturidade espiritual, a humanidade não poderá conciliar as diversidades da evolução e as conseqüentes divergências sociais, em face da inverossímil possibilidade de a alma encarnar uma só vez.

Ao tecer algumas considerações sobre a pluralidade das existências, Allan Kardec formulou as seguintes questões:

1 – Por que a alma revela aptidões tão diversas e tão independentes das idéias adquiridas pela educação?

2 – De onde vem a aptidão extranormal de algumas crianças de pouca idade para esta ou aquela ciência, enquanto outras permanecem inferiores ou medíocres por toda a vida?

3 – De onde vêm, para uns, as idéias inatas ou intuitivas, que não existem para outros?

4 – Por que alguns homens, independentemente da educação são mais adiantados que outros?

5 – Se a existência presente deve ser decisiva para a sorte futura, qual é, na vida futura, respectivamente, a posição do selvagem e a do homem civilizado? Estarão no mesmo nível ou estarão distanciados no tocante à felicidade eterna?

6 – O homem que trabalhou toda a vida para melhorar-se estará o mesmo plano daquele que permaneceu inferior, não por sua culpa, mas porque não teve o tempo nem a possibilidade de melhorar?

Há uma doutrina que possa resolver essas questões? Admiti as existências sucessivas, e tudo estará explicado de acordo com a justiça de Deus. Aquilo que não pudemos fazer numa existência, faremos em outra. É assim que ninguém escapa à lei do progresso. Cada um será recompensado segundo o seu verdadeiro merecimento, ninguém é excluído da felicidade suprema a que se pode aspirar, sejam quais forem os obstáculos que encontre no seu caminho (LE, perg. 222).

Portanto, as discrepâncias ocorrem em função dos desvios cometidos e que exigem reajuste perante Deus. Deve-se, pois, reconhecer que a pluralidade das existências é a única capaz de explicar aquilo que, sem ela, seria inexplicável, pois representa para o homem a resposta aos seus anseios, na medida em que explica o presente e lhe possibilita novas oportunidades corpóreas de aprimoramento espiritual.

(Do Livro "Iniciaçao ao Espiritismo" - Therezinha Oliveira).

O QUE É UM ALCOÓLATRA

Alcoólatra é todo aquele sujeito que bebe freqüentemente qualquer espécie de bebida alcoólica, e que com a mesma freqüência, afirma que pára quando quiser.

Muitos viciados, desculpando a própria conduta, afirmam que o que têm não é vício, e sim um hábito, o que é diferente.

Para esclarecer melhor, recorro a um trecho do livro "Drogas, Opção de Perdedor", do respeitado psiquiatra Flávio Gikovate: "Estou sempre utilizando a palavra vício. Mas já pode ter passado pela sua cabeça a pergunta Será que vício e hábito são a mesma coisa? Eu respondo que não. E que é importante distinguir um do outro. É disso que trataremos a seguir.

Em primeiro lugar, costuma-se dar um valor profundamente negativo ao vício, enquanto o hábito é aceitável. A maior parte dos viciados, por exemplo, gosta de pensar - e dizer - que não são viciados. Dizem que apenas têm o hábito de tomar um ou dois uisquinhos no fim do dia, ou de puxar um fuminho à noite para relaxar, enquanto ouvem música. Quer dizer: os defensores do uso das drogas dizem que elas não viciam - que são apenas um hábito. Para escapar daquele valor fortemente negativo que vem junto com o termo vício.

Acho uma bobagem nos preocuparmos tanto com a palavra vício. O problema maior das drogas não é que elas viciam, é que elas fazem mal."

Vou complementar as palavras do médico Gikovate. Não que seu texto mereça reparos, mas esta é uma obra espírita e o escritor citado observou apenas o aspecto material.

Tanto o consumidor de bebida alcoólica como o de outras drogas, viciados ou habituais, não podem se esquecer de que tal comportamento é acompanhado de perto por espíritos desencarnados que se afinam com tais práticas e, com certeza, não se encontram em um estágio de evolução elevado, de modo que, se não trouxerem prejuízos voluntários, o farão involuntariamente, pelo seu vício - ou hábito - às custas do amigo encarnado, que encontrará cada vez mais, incentivos para continuar o consumo e, por outro lado, uma dificuldade enorme para mudar de comportamento.

Alguns poderão falar: uma cervejinha de vez em quando não faz mal, ou melhor, é até saudável. Falso! Como disse Joanna de Ângelis no livro "Após a Tempestade" , referindo-se ao alcoolismo: "o oceano é feito de gotículas e as praias imensuráveis, de grãos.

Não quero rotular ninguém, muito menos julgar. Muitas faces do comportamento humano não se apresentam de forma ideal, mas não é por isso que vamos deixar de analisar racionalmente e compreender que não há como encontrar uma justificativa plausível para o consumo de bebida alcoólica.

Ninguém é pior ou melhor porque bebe ou deixa de beber, mas se puder ficar longe, fique; até porque, no plano espiritual elevado, para onde todos nós almejamos ir após a desencarnação não tem botequim, e quem está acostumado, sofrerá com a falta.

(Do Livro "Adolescer-Verbo Transitório" - Edson de Jesus Sardano).

OS MALEFÍCIOS DO ÁLCOOL

"O meio em que certos homens se encontram não é para eles o motivo principal de muitos vícios e crimes?

- Sim, mas ainda nisso há uma prova escolhida pelo Espírito, no estado de liberdade; ele quis se expor à tentação, para ter o mérito da resistência".

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro, cap. I - A Lei Divina ou Natural, perg. 644).

"A alteração das faculdades intelectuais pela embriaguez desculpa os atos repreensíveis?

- Não, pois o ébrio voluntariamente se priva da razão para satisfazer paixões brutais: em lugar de uma falta, comete duas":

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro. cap. X. Lei da Liberdade. perg, 848).

O álcool (palavra de origem árabe: al = a, cohol = coisa sutil) não é alimento nem remédio. É tóxico. Chegando ao seio da substância nervosa, excita-a e diminui sua energia e resistência, e deprime os centros nervosos fazendo surgir lesões mais graves: paralisias, delírios (delirium tremens). Como tóxico, atinge de preferência o aparelho digestivo: o indivíduo perde o apetite, o estômago se inflama e a ulceração da sua mucosa logo se manifesta. A isto se juntam as afecções dos órgãos vizinhos, quase sempre incuráveis. Uma delas (terrível) é a cirrose hepática, que se alastra progressivamente no fígado, onde as células vão morrendo por inatividade, até atingir completamente esse órgão, de funções tão importantes e delicadas no aparelho digestivo.

O que se vê nos hospitais durante a autópsia de um cadáver de um alcoólatra crônico é algo horripilante. O panorama interno do cadáver pode ser comparado ao de uma cidade destruída por um bombardeio atômico.

Além das catástrofes provocadas no organismo físico, quantos males e acidentes desastrosos são ocasionados pela embriaguez! Os jornais, todos os dias, enchem as suas páginas com tristes casos de crimes e desatinos ocorridos com indivíduos e mesmo famílias inteiras, provocados por criaturas alcoolizadas.

A embriaguez é hábito que se observa difundido em todas as camadas sociais. Mudam-se os tipos de bebidas: das mais populares, ao alcance do trabalhador braçal, às mais sofisticadas, para os homens de "status". No entanto, o costume é o mesmo, os prejuízos, iguais. Em geral, a tendência para beber vem de uma perturbação da afetividade que pode ser originada na infância. Os problemas infantis gerados nos desequilíbrios familiares, pela falta de carinho dos pais ou por outros conflitos - são comumente as raízes desse estado íntimo propício ao alcoolismo.

O alcoolismo deve ser encarado, nos casos profundos, como uma doença orgânica, como o é, por exemplo, o diabetes. Deve ser evitado radicalmente, sob pena de se sofrer amargamente as suas conseqüências nos processos de recuperação em clínicas especializadas.

Há indivíduos que buscam na bebida um estado e liberação das suas tensões recônditas, ou então o esquecimento momentâneo de suas mágoas ou aflições, o que denota uma necessidade de refletir corajosamente sobre essas causas, buscando novos rumos para o seu próprio esclarecimento. A bebida só leva à autodestruição, e nada de construtivo oferece às suas vítimas.

As alterações das faculdades intelectuais causadas pela embriaguez, principalmente da autocensura, que priva a criatura da razão, tem levado homens probos a cometer desatinos, crimes passionais e tragédias.

Na embriaguez, o domínio sobre a nossa vontade é facilmente realizado pelas entidades tenebrosas, conduzindo-nos aos atos de brutalidade.

O viciado em álcool quase sempre tem ao seu lado entidades inferiores que o induzem à bebida, nele exercendo grande domínio e dele usufruindo as mesmas sensações etílicas. Cria-se, desse modo dupla dependência: uma por parte da bebida propriamente dita, com toda a carga psicológica que a motivou; outra por parte das entidades invisíveis que hipnoticamente exercem sua influência, conduzindo, por sugestão, o indivíduo à ingestão de álcool.

O processo que se recomenda para a libertação da bebida é ter em mente, sempre que o desejo se apresentar, a idéia dolorosa das conseqüências funestas do álcool. Nessas horas, devem ser reprimidos os impulsos com a lembrança de tudo aquilo de repugnante e desagradável que o álcool provoca. Em particular, os espíritas conhecem - e são fortalecidos com as idéias relativas às conseqüências espirituais, principalmente no sofrimento dos suicidas após o desencarne. O álcool reduz a resistência física, diminui o tempo de vida e, por isso, o seu praticante é considerado um suicida.

Nesses momentos de tentação à bebida, quando estamos imbuídos do desejo de libertação, o auxílio do Plano Espiritual vem a nosso favor, mas necessário se faz o apoio da nossa própria vontade para surtirem os efeitos esperados.

É freqüente a alegação, por parte dos viciados, de que a bebida para eles é necessária, e que a sua vontade nada pode conter. Quando alguém assim afirma, demonstra que não tem nenhuma vontade de deixar de beber, e nesses casos pouco se pode fazer. O importante, mesmo, é que primeiro seja despertada a vontade de largar o álcool e, a partir disso, seja assumido voluntariamente o propósito de não mais se deixar levar pela imaginação, pelas idéias induzidas às vezes obsessivamente, ou mesmo pelos convites de "amigos" que façam companhias nas bebericagens.

A sede, o sabor, a oportunidade social, as comemorações, a obrigatoriedade em aceitar um drinque oferecido por alguém visitado são as muitas desculpas que temos para ingerir as doses de álcool. Precisamos, porém, estar atentos para não cometer exageros, abusos, e não resvalar por esse hábito social, que pode terminar por nos condicionar a ele.
Extraído do setor de perguntas e respostas do site: www.espirito.org.br

As cirurgias espirituais são realmente feitas por Espíritos? Nesse caso, como pode um Espírito elevado ser antiético, exercendo ilegalmente a medicina?
Sim, as cirurgias espirituais são feitas por Espíritos de médicos que atuam no corpo perispiritual, utilizando de técnicas ligadas à ciência médica, usando fluidos humanos e espirituais, nada fazendo nesse campo que fira as leis humanas. Um Espírito elevado jamais transgride qualquer lei. As curas realizadas em nome do Espiritismo praticado com seriedade, são feitas utilizando apenas a fluidoterapia. As cirurgias mediúnicas feitas com instrumentos cortantes, podem ser feitas por Espíritos superiores, mas não são consideradas trabalhos espíritas. Em alguns casos de cirurgias de corte, como os de José Pedro de Freitas (Arigó) e Edson Queiroz, existia uma missão a ser cumprida e visava chamar a atenção da comunidade científica para a realidade da vida espiritual. E parece que conseguiu, porém sem maiores conseqüências pelo próprio atraso do homem para a compreensão das coisas do Espírito. Pelo lado prático, no entanto, as cirurgias mediúnicas com instrumentos cortantes não devem ser praticadas em centros espíritas orientados pela doutrina de Allan Kardec, justamente por ferir a legislação vigente e não tratar-se de uma prática que possa ser exercitada por qualquer pessoa. As curas no Espiritismo são feitas exclusivamente com a imposição de mãos.

AS EXPIAÇÕES COLETIVAS

Todas as leis que regem o Universo, sejam físicas ou morais, materiais ou intelectuais, foram descobertas, estudadas, compreendidas, partindo-se do estudo da individualidade e do da família para o de todo o conjunto, generalizando-se gradualmente e comprovando-se-lhes a universalidade dos resultados.
Outro tanto se verifica hoje com relação às leis do estudo que o Espiritismo dá a conhecer. Podem aplicar-se, sem medo de errar, as leis que regem o indivíduo à família, à nação, às raças, ao conjunto dos habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Há as faltas do indivíduo, as da família, as da nação; e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expia em virtude da mesma lei. O algoz, relativamente à sua vítima, quer indo a encontrar-se em sua presença no espaço, quer vivendo em contato com ela numa ou em muitas existências sucessivas, até à reparação do mal praticado. O mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por um certo número de pessoas. As expiações também são solidárias, o que não suprime a expiação simultânea das faltas individuais.
Salvo alguma exceção, pode-se admitir como regra geral que todos aqueles que numa existência vêm a estar reunidos por uma tarefa comum já viveram juntos para trabalhar com o mesmo objetivo e ainda reunidos se acharão no futuro, até que hajam atingido a meta, isto é, expiado o passado, ou desempenhado a missão que aceitaram.
Graças ao Espiritismo, compreendeis agora a justiça das provações que não decorrem dos atos da vida presente, porque reconheceis que elas são o resgate das dívidas do passado. Por que não haveria de ser assim com relação às provas coletivas? Dizeis que os infortúnios de ordem geral alcançam assim os inocentes, como o culpado; mas não sabeis que o inocente de hoje pode ser o culpado de ontem? Quer ele seja atingido individualmente, quer coletivamente, é que o mereceu. Depois, como já o dissemos, há as faltas do indivíduo e as do cidadão; a expiação de umas não isenta da expiação das outras, pois que toda dívida tem que ser paga até a última moeda. As virtudes da vida privada diferem das da vida pública. Um, que é excelente cidadão, pode ser péssimo pai de família; outro, que é bom pai de família, probo e honesto em seus negócios, pode ser mau cidadão, ter soprado o fogo da discórdia, oprimido o fraco, manchado as mãos em crimes de lesa-sociedade. Essas faltas coletivas é que são expiadas coletivamente pelos indivíduos que para elas concorreram, os quais se encontram de novo reunidos, para sofrerem juntos a pena de talião, ou para terem ensejo de reparar o mal que praticaram, demonstrando devotamento à causa pública, socorrendo e assistindo aqueles à quem outrora maltrataram. Assim, o que é incompreensível, inconciliável com a justiça de Deus, se torna claro e lógico mediante o conhecimento dessa lei.
A solidariedade, portanto, que é o verdadeiro laço social, não é apenas para o presente; estende-se ao passado e ao futuro, pois que as mesmas individualidades se reuniram, reúnem e reunirão, para subir juntas a escala do progresso, auxiliando-se mutuamente. Eis aí o que o Espiritismo faz compreensível, por meio da eqüitativa lei da reencarnação e da continuidade das relações entre os mesmos seres.

Obras Póstumas - Allan Kardec

ACEITAR AS PESSOAS

Ouvi dois amigos conversando e um deles se queixava da incompreensão das pessoas, das agressões verbais, dos desentendimentos. Isto o revoltava e ele dizia invejar a serenidade e o equilíbrio do interlocutor.

- Qual é o segredo? perguntou.

- Não existe segredo, mas somente paixão pela vida e esforços contínuos para aprender, respondeu o outro.

- Aprender o que?

- A aceitar as pessoas, mesmo que ela nos desapontem, quando não aceitam os ideais que escolhemos. Quando nos agridem e nos ferem com palavras e atitudes impensadas.

- Mas é muito difícil aceitar pessoas assim.

- É verdade. É difícil aceitá-las como elas são e não como gostaríamos que elas fossem. Mas qual é o nosso direito de mudá-las?

- E como você consegue?

- Estou aprendendo a amar. Estou aprendendo a escutar, mas não apenas com os ouvidos, também com os olhos, com o coração, com a alma, com todos os sentidos. Muitas vezes as pessoas não falam com palavras, mas com a postura. Fique atento para os que falam com os ombros caídos, os olhos e as mãos irrequietas.

Assim como você pode ler as entrelinhas de um texto, pode ouvir coisas entre as frases de uma conversa corriqueira, banal, que somente o coração pode ouvir. Não raro, há angústia e desespero disfarçados, insegurança escondida em palavras ásperas, solidão fantasiada na tagarelice. Aos poucos estou aprendendo a amar, e amando estou aprendendo a perdoar. Perdoando, apago as mágoas e curo as feridas, sem deixar cicatrizes nos corações magoados e tristes. Aprendo com a vida o valor de cada vida e procuro entender os rejeitados, os incompreendidos. Nem sempre consigo, mas estou tentando.

Quanto a nós, vamos tentar construir a paz, sem desânimo, com muito amor, muito amor no coração.

(Do Livro "A Minha Paz Vos Dou..." - Amilcar Del Chiaro Filho).



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